sexta-feira, 8 de julho de 2011

Está faltando olhar para o céu.

Hoje fui levar meu filho para vacinar e um fato que ocorreu me obriga a desabafar.
É de praxe que a enfermeira pergunte se a criança está tomando algum remédio (acredito que isso seja porque tem remédios que não podem ser combinados com as vacinas) e eu como sempre digo que não exceto pelo remédio que o Davi toma todos os dias de manhã e a noite. O remédio que ele toma serve para que ele não tenha dificuldades para dormir e fique mais calmo, pois com 10 meses e depois de consultarmos diversos médicos  o Davi foi diagnosticado hiperativo (TDAH).
Quando disse isso a ela, ela deu um grito e disse que ele era muito novo pra tomar este medicamento e por alguns instantes eu me preocupei, já pensei  que o médico havia errado na prescrição e que eu estava envenenando meu filho, tudo passou pela minha cabeça até que ela me disse que: “Isso não é vida, esse guri tomando remédio!” e pasmem disse mais “isso é porque está faltando olhar pro céu...” opa... opa...opa (nesta hora vi que não estava diante de uma profissional da saúde me dando uma orientação séria sobre meu filho... )  e a enfermeira então prosseguiu “Tu tem que olhar pro céu pra curar o teu filho...” “Ele é assim porque tu não olha pro céu e não ora pra Deus...”. Ora minha senhora, quem é você pra saber o que eu peço ou deixo de pedir a Deus? É claro que não falei isso, afinal de contas eu precisava vacinar o meu filho e essa era a pessoa que deveria fazer isso, eu não ia contrariar. Enquanto ela arrumava as doses (com as agulhas grandes!) ela ia me orientando sobre como “curar” o meu filho para ele não tomar mais remédios... (Eu suava frio!) “Tu sabe guria o canal 38, mais ou menos as 19h30 olha ele, coloca uma mamadeira com água na TV a vai dando pro teu filho... Olha pro céu... ele vai se curar...”, não respondi, não questionei, apenas observei se ela tinha preparado as doses com vacina mesmo e se estava aplicando certinho nele, agradeci, não pelos maravilhosos conselhos  mas porque afinal de contas ela aplicou as benditas vacinas (duas – uma em cada perna) e também  porque eu tenho educação.
Gente,uma enfermeira, funcionária pública, que recebe seu salário dos nossos impostos me dizendo pra eu dar uma mamadeira com água benta de televisão pro meu filho se curar(diga-se de passagem ele não está doente!), onde é que este mundo vai parar??? E se eu sou uma ignorante como a maioria das pessoas que ela atende, paro com o tratamento e passo a olhar para o céu e #esperaremdeus que meu filho fique melhor. Francamente me preocupo com esse tipo de coisa, e as pessoas que não tem informação como eu, como fazem?
Eu já fui muito criticada por estar tratando o Davi, inclusive já pedi segundas, terceiras e quintas opiniões médicas sobre a hiperatividade, a maioria das pessoas trata isso como se eu estivesse condenando ele a viver com remédios, mas eu e os médicos que tem me apoiado temos a certeza de que estamos minimizando os efeitos de um transtorno cujo maior prejudicado é o próprio Davi, e que o tratamento agora é a melhor alternativa para o bem dele. Algumas pessoas simplesmente negam porque lhes é conveniente.
Todos estão propensos a errar, mas existem horas que precisamos tomar a decisão certa e como no meu caso a decisão certa depende só de mim, decidi sim cuidar do meu filho e tratar para que ele tenha uma vida saudável como qualquer criança, que ele brinque, corra muito e durma bem. 
Se eu olho ou não para o céu... isso definitivamente não é da sua conta!

Um comentário:

  1. É o fanatismo evangélico... às vezes parece que ele não vai mais parar, não vai descançar enquanto não contaminar a todos, como um vírus mortal, sobre o qual as 'vacinas' (praticamente) já não surtem mais efeito...

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