Ela era uma pessoa incrível.
Ela era uma manauara ‘braba que só’.
Agente chamava ela por vários nomes Ceiça, Ção, Ceição, Com 6 São!
Ela falava bem baixinho, mas era extremamente incisiva.
Tentou me ensinar a não aumentar o tom de voz quando contrariada.
Ela tentou me ensinar a não chorar na frente de ninguém, mas choramos muito juntas confabulando sobre o certo e errado no trabalho e na vida.
Antes dela eu não usava maquiagem e nem sapato fino, depois dela nunca mais ousei sair de casa sem pelo menos um lápis no olho e nem pensar em usar tênis ou moletom em dias úteis.
Ela não tinha ciúme do namorido(isso ela nem tentou me ensinar!), era tão segura, ela ria na cara do perigo.
Independente de nossa relação profissional ela me tratava como filha, e eu a ela como mãe.
Eu não concordava com ela, agente brigava muito. Não vou ser hipócrita.
Ela era minha ‘chefe’ e não existem chefes e nem mães perfeitas.
Ela esteve ao meu lado nos momentos mais delicados, sempre com uma palavra de conforto e esperança.
Ela me serviu de inspiração quando eu soube que estava grávida e neste momento também soube me aconchegar e alertar sobre quão maravilhosa era a experiência que eu estava prestes a viver.
Ela também se considerava avó do meu filho.
Ela amava a filha mais que tudo nesta vida, e hoje me vejo tendo com o Davi as mesmas preocupações que ela tinha com a menina Clara.
Quando os nossos caminhos se desencontraram não tive a oportunidade de agradecer a ela por todo o carinho e apoio que recebi, e infelizmente não poderei dizê-lo pessoalmente.
Na semana passada soube que ela não está mais entre nós, não sei de nenhum detalhe e sinceramente não quero saber.
O que sei com certeza é que ela foi uma guerreira, uma mãe, uma amiga, uma profissional que com certeza lutou para dar o melhor a todos que tiveram a oportunidade de conviver com ela.
Meus sinceros sentimentos à família que deve estar sofrendo muito esta perda.
Um abraço apertado na menina Clara.
Um cheiro em você Ceiça, onde estiver sigo sentindo sua presença em mim!
